Neste dia, a Igreja recorda São Paulo da Cruz, fundador da Congregação da Paixão de Jesus Cristo, conhecidos como Passionistas. Ele foi um homem de profunda vida interior e ardente amor pela Paixão de Cristo, que via como a maior prova do amor de Deus pela humanidade.

Infância e juventude

Paolo Francesco Danei nasceu em Ovada, na região de Alexandria, norte da Itália, em 3 de janeiro de 1694. Desde a infância demonstrou grande sensibilidade espiritual e piedade. Seus pais, Luigi Danei e Ana Maria Massari, eram cristãos fervorosos e transmitiram aos filhos o amor a Jesus Crucificado.

Ainda jovem, Paulo viveu uma intensa experiência de conversão. Em meio às tentações e às lutas interiores, descobriu na contemplação da Cruz o sentido mais profundo da vida cristã: o amor que se doa até o fim.

Vocação e fundação dos Passionistas

Aos 26 anos, após uma série de visões místicas, Paulo recebeu o chamado para fundar uma nova congregação dedicada à contemplação e à pregação da Paixão de Cristo. Em 1720, retirou-se para quarenta dias de oração e penitência, período no qual escreveu as Regras da futura Congregação da Paixão.

Em 1721, apresentou suas Regras ao Papa Bento XIII, que o encorajou a prosseguir. A aprovação definitiva veio em 1741. Assim nasceu a Congregação dos Passionistas, que unia vida de oração intensa, austeridade e o anúncio do amor de Cristo manifestado na Cruz.

Os religiosos da nova congregação vestiam um hábito preto, com o emblema da Paixão sobre o peito — um coração encimado por uma cruz com as palavras “Jesu XPI Passio” (“Paixão de Jesus Cristo”).

A espiritualidade da Cruz

Para São Paulo da Cruz, contemplar a Paixão de Cristo não significava apenas recordar um sofrimento passado, mas entrar no mistério do amor divino que continua a se derramar sobre o mundo. Ele ensinava que a Cruz é a “escola do amor”, onde o cristão aprende a perdoar, a oferecer-se e a servir.

Dizia com frequência:

“A Paixão de Jesus é o maior e mais estupendo amor de Deus. Toda a santidade consiste em unir-se ao Crucificado.”

Sua pregação era marcada por um fervor extraordinário. Muitos se convertiam apenas ao ouvi-lo falar da misericórdia de Cristo. O próprio Papa Bento XIV disse: “Paulo da Cruz é um homem verdadeiramente apostólico.”

Últimos anos e morte

Com o tempo, a congregação se expandiu rapidamente pela Itália e depois para outras partes do mundo. Paulo passou seus últimos anos em Roma, sofrendo com diversas enfermidades, mas sempre com o coração ardente de amor a Deus.

Faleceu no 18 de outubro de 1775, aos 81 anos, no convento romano dos Santos João e Paulo, no Monte Célio, onde hoje repousam seus restos mortais. Foi canonizado em 1867 pelo Papa Pio IX.

Mensagem espiritual

São Paulo da Cruz nos convida a redescobrir na Cruz não o escândalo do sofrimento, mas o mistério do amor que salva. Ele ensina que quem contempla o Crucificado aprende a amar sem medida e a encontrar força nas provações.

“A memória da Paixão de Jesus é a chave do paraíso.”
— São Paulo da Cruz

Oração:
Senhor Jesus, que inflamastes São Paulo da Cruz no amor à vossa santa Paixão, concedei-nos a graça de carregar cada dia a nossa cruz com fé e amor, e de anunciar ao mundo o vosso amor redentor. Amém.