Santa Verônica Giuliani – Mística da Paixão de Cristo
- Diocese de Caruaru - PE
- 10 de jul.
- 2 min de leitura
“Sofrer e calar. O amor não se cansa nem se dá por vencido.”

Infância tocada pela graça
Úrsula Giuliani, nome de batismo de Santa Verônica, nasceu no dia 27 de dezembro de 1660, em Mercatello sul Metauro, na Itália. Desde muito jovem, revelou uma alma profundamente piedosa. Ainda criança, fazia pequenos jejuns, praticava obras de caridade e passava longos períodos em oração. Aos 7 anos, consagrou sua virgindade a Jesus e já ansiava por se unir a Ele na vida religiosa.
Seu pai, inicialmente resistente, acabou permitindo sua entrada no mosteiro das Clarissas Capuchinhas de Città di Castello. Lá, recebeu o nome de Verônica, em alusão à mulher do Evangelho que enxugou o rosto de Jesus a caminho do Calvário.
Vida religiosa marcada pela mística
No claustro, Verônica destacou-se pela profunda vida de oração, penitência e humildade. Viveu experiências místicas intensas, como visões, êxtases, locuções interiores e sofrimentos espirituais que a configuravam cada vez mais ao Coração de Cristo. Suas experiências místicas não foram fruto de fantasia ou devocionalismo ingênuo: foram acompanhadas de provas dolorosas, tribulações interiores e perseguições, às quais ela respondia com obediência e silêncio.
Foi também marcada por uma singular união com os sofrimentos de Cristo. Em 5 de abril de 1697, recebeu os estigmas da Paixão, isto é, os sinais das chagas de Jesus em seu próprio corpo, visíveis nas mãos, pés e lado. Essa graça a uniu ainda mais profundamente ao mistério redentor.
As autoridades eclesiásticas, prudentes diante de fenômenos místicos, submeteram Verônica a exames rigorosos e longos períodos de observação. Em tudo ela se mostrou fiel, obediente e cheia de caridade.
Diário espiritual
Por obediência a seus superiores e confessores, Santa Verônica escreveu seu Diário espiritual, composto por mais de 22 mil páginas manuscritas em cerca de 34 volumes. Essa obra é uma das mais extraordinárias expressões do misticismo cristão, contendo profundas meditações sobre o amor de Deus, a Cruz e a vida interior. Ali, ela mostra como o sofrimento, vivido em união com Cristo, transforma a alma e leva à santidade.
Morte e canonização
Santa Verônica faleceu no dia 10 de julho de 1727, aos 66 anos, após uma vida de profunda entrega, marcada pela oração, silêncio, penitência e amor ardente ao Coração de Jesus Crucificado. Foi canonizada em 1839 pelo Papa Gregório XVI.
Espiritualidade
Santa Verônica Giuliani é modelo de:
Amor esponsal a Cristo, especialmente na Paixão.
Obediência total, mesmo nas incompreensões.
Maturidade espiritual e confiança nas provações.
Vida interior profunda e configurada ao Crucificado.
Seu lema silencioso era:
“Sofrer e calar.”
Ela é padroeira dos estigmatizados e intercessora poderosa para aqueles que desejam crescer na vida de oração e no amor ao Cristo sofredor.
Oração a Santa Verônica Giuliani:
Ó Santa Verônica Giuliani,tu que foste abrasada pelo amor do Crucificado e marcada com os sinais de sua Paixão,ensina-nos a contemplar o Coração de Jesus e a sofrer com fé e esperança.Intercede por nós, para que sejamos fiéis mesmo na dor e jamais percamos o amor.Amém.
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